Nery,

Fabuloso como sempre.

Dei uma boa desopilada do fígado, como se dizia naquele tempo, lendo seu texto bem arrumado, na forma (ô fedhado), passada a régua, tridimensional regular e sólido  que nem uma rapadura.

Deliciei-me com a Aeronáutica-partido-político, Lacerda dando pitaco, Jânio usando a autoridade logo no começo que pra não perder o jeito de mando:

General, me faça um favor, mande a Aeronáutica tomar o primeiro avião que passar no Rio, brasileiro ou estrangeiro, tirar todos os passageiros e deixá-lo à disposição do Sr. Vice-Presidente da República!!!!

Sensacional.

Vivendo, seria um drama; vendo de longe, uma comédia, chanchada, Oscarito-Grande Hotelo.

Nery, como você guarda tanta história? Você seria um historiador sensacional, a contar o que houve, sem máscaras e eufemismos.  Aliás, nem precisa, a coleção dos seus textos diários na imprensa (e a Tribuna, hein?) já são uma saborosa história do Brasil no varejo.

Ganhei seu livrão de presente: A Nuvem choveu no meu terreiro.

Volumoso, pesado, de conteúdo. Rica experiência.

Gostei demais do seu último capítulo. Ainda foi mais econômico do que Euclides da Cunha n’ Os Sertões.

Uma vez assutei uma prima minha dizendo que sabia de cor o último capítulo d’ Os Sertões. Ela pulou de susto:

O que!?

Parabéns pelo seu trabalho.

Dá para você contar algo sobre uma briga que teve com Mário Covas? Me lembro que você passou uma reprimenda nele por uma ameaça que lhe fizera, em reação a denúncia jornalística sobre uma sabedoria do seu filho Zequinha no Detran.

Abraços.

 

Hilmar 

Por e-mail (hilmarilton@gmail.com)