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A METRALHADORA DO PROFESSOR

RIO – Gilberto Amado, gênio da raça, foi embaixador do Brasil no Chile. Houve uma crise diplomática, ele voltou, ficou no Rio em disponibilidade. O ministro do Exterior, Macedo Soares, não o indicava para novo posto.Gilberto Amado perdeu a paciência, avisou: – Qualquer dia desses, entro no Itamaraty com uma metralhadora embaixo do braço, vou ao gabinete do ministro e disparo: “tatatatatatatatatatá”: Macedo para um lado, Soares para o outro.

O ACM QUE NÃO FOI CONTADO

RIO – Em 1952, Antonio Carlos Magalhães, médico sem medicina, funcionário sem função da Assembleia Legislativa da Bahia (“redator de debates”) e repórter político do jornal “O Estado da Bahia” na Assembleia, ficou furioso com um discurso do líder do PSD criticando o ex interventor e líder da UDN no Estado, Juracy Magalhães, e gritou: – Cala a boca, idiota! Perdeu o emprego e ganhou a proteção de Juracy, amigo

A GÔNDOLA AFOGADA

RIO –No dia 3 de novembro de 1966, Veneza acordou debaixo dágua. Uma violenta “mareggiata” (ressaca com ventos fortes), vinda do Adriático, caiu sobre a cidade, jogando em seu labirinto de canais uma quantidade de água dois metros acima do nível do mar. A água invadiu tudo, destruiu a rede eletrica, encheu os canais de lixo, ratos e pombos mortos. O desastre pôs dramaticamente a nu uma dolorosa realidade: a

FI-LO PORQUE QUI-LO

RIO – Em 1958, Juracy Magalhães, presidente da UDN, Carlos Lacerda, líder na Câmara, e Jânio Quadros, governador de São Paulo, prepararam a convenção nacional da UDN para fazer Herbert Levy o sucessor de Juracy. Magalhães Pinto chegou lá na véspera com José Aparecido, entrou na convenção, derrotou Herbert Levy. Jânio ficou Furioso. No dia seguinte, Magalhães chamou Aparecido e foram os dois fazer uma visita de cortesia a Jânio.

HISTORIA DE ITAMAR

RIO – Delicadeza, simplicidade e espontaneidade eram marcas do Presidente Itamar Franco. Quem convivia com ele pode comprovar. Passava das 18 horas do dia 8 de junho de 1993. Uma terça-feira. Acabara de fechar minha coluna no jornal Correio Braziliense, quando a secretária da redação me chama: – Silvestre Gorgulho, é do Palácio do Planalto. Atendi. Era um velho amigo dos tempos da Embrapa, o advogado Mauro Durante, então Secretário-Geral

DOIS EM UM

RIO – Voltando de Londres, depois da renúncia à Presidência da República em agosto de 1961, Jânio surpreendeu mais uma vez o país lançando-se candidato ao governo de São Paulo contra Adhemar de Barros e José Bonifácio Nogueira, candidato de Carvalho Pinto. Jânio saiu numa campanha forte, responsabilizando as “forças terríveis” que haviam levantado um muro diante de seu plano de governo. O slogan do publicitário, depois deputado, João Dória

O REVOLVER DO ALMIRANTE

  RIO – Alto, desengonçado, mal ajeitado, um dos melhores repórteres da historia da imprensa mineira, Felipe Henriot Drummond chegou à porta da suíte presidencial do Hotel Financial, em Belo Horizonte. Dois seguranças de preto e mal encarados pediram os documentos. Felipe mostrou a carteira do “Estado de Minas”. Aprovada. Tocou a campainha. A porta abriu e lá de dentro uma voz esganiçada gritou: – Entre! Felipe entrou. Não viu

A BAHIA CANTA SUA SANTA

RIO – A Bahia sempre foi múltipla. Mas desta vez se superou. De um jantar no Hotel Fasano em Salvador, onde estavam Durval Lelys, Lícia Fábio, Nizan Guanaes e outros produtores musicais, nasceu a ideia de gravar uma canção em homenagem à Irmã Dulce cujo processo de canonização o Vaticano acaba de consagrar. A música é excelente, a letra criativa. Começa como se fosse adotar um tom marcial e no

HISTORIAS POTIGUARES

RIO – Cabeça chata, inteligente, brilhante, rábula, advogado de estivadores, pescadores, tecelões e todo tipo de trabalhadores, jornalista, conspirador, prisioneiro,filho daqui (nasceu em 3 de fevereiro de 1899, em dois meses faria 110 anos), Café Filho fez uma biografia política continua: de vereador e varias vezes deputado a vice-presidente e Presidente. Fundou até um partido: PSN (Partido Social Nacionalista) e por ele se elegeu. Assumiu a Presidência com o suicídio

HISTÓRIAS DE ELEIÇÕES

RIO – Na manhã da convenção da UDN para lançar a candidatura de Jânio Quadros à presidência da Republica (8 de novembro de 1959), contra Juracy Magalhães, até há pouco presidente do partido, conta Carlos Lacerda em suas memórias, Jânio chamou Lacerda à suíte do hotel Gloria, no Rio, onde estava hospedado, já lançado candidato pelo PL, PDC e PTN: – Carlos, não aguento essa sua UDN. Não aguento mais