Meu querido Sebastião Nery,
Hoje tenho 62 anos, mas desde menino que que sou seu fã, explico: só há 10 anos que moro aqui em Salvador. Sou natural de Valença-BA onde morei 52 anos. Meu pai, Gentil Paraiso Martins, foi político e prefeito de Valença por três vezes, coisa que já me orgulhei pela lisura com que ele governou, mas hoje tenho vergonha de dizer.
Quando menino, as convenções para escolha de governador aqui da Bahia eram transmitidas pelo rádio. Meu pai era do P.S.D. e assistia também a convenção da U.D.N. e quando você, nesta ou em qualquer outra ocasião, usava a tribuna eu ficava encantado com a sua contundência, sua oratória vibrante, mas meu pai dizia: “esse rapaz é muito inteligente, mas é só tem gogó” Eu ficava quieto. Naquele tempo era “gato, cachorro e menino calados”. Sempre tive vontade de lhe dizer da minha grande admiração pelo ser humano, escritor, jornalista e tanta coisa boa que você construiu e ajudou a construir por este pais afora.
Segue o endereço do meu blog de poesias http://paraisomartins.zip.net se tiver um tempinho acesse.
Um abraço e muita saúde para que tenhamos sua inteligência e memória vibrantes a contar a história política do Brasil.
Segue abaixo um poema que fiz ontem sobre a nossa Praça da Piedade:
PIEDADE PARA A PRAÇA DA PIEDADE
Senhor, piedade para os mendigos que dormem na Praça da Piedade!
Que maldade, dormem entre as flores do jardim da Praça da Piedade,
pela exaustão da fome e da miséria a que foram condenados.
Piedade para estes pobres que sujam e enfeiam a Praça da Piedade!
Piedade também para o Poder Constituído
Que de tudo sabe e a tudo vê, frio e omisso, mesmo assim piedade.
Piedade, Senhor, para nossa sociedade embriagada com as coisas supérfluas.
Alheias à realidade, a tudo assiste e faz que não vê nada. Piedade, para os poetas da Praça da Piedade,
Que cantam seus poemas de esperança
Pra que renasça, no coração do homem, a piedade.
Piedade a quem tiver piedade, para abrigar os mendigos da Praça da Piedade.
Piedade para mim, que, como os outros, finjo nada ver, mas sofro.
Senhor, basta o teu sopro em cada coração para não precisarmos mais ter piedade dos mendigos famintos da Praça da Piedade.
Para que sejamos verdadeiramente irmãos.
Piedade Senhor, para os pobres da Praça da Piedade!
Ângelo Paraíso Martins
Angelo Paraiso Martins
Por e-mail: (paraisomartins@bol.com.br)