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HISTORIAS DE MINAS

RIO – No dia 5 de setembro de 1933, ele apareceu morto dentro da banheira do palácio da Liberdade, em Belo Horizonte. “Era celibatário” (78 anos, nasceu em 1855), diz o Dicionário Biográfico de Minas Gerais, edição da Universidade Federal e da Assembleia Legislativa de Minas. Olegário Maciel é o patrono dos vices. Dos vices que dão certo. Deputado de 1880 a 1911, abandonou a política e voltou a ser

ASSIM CAMINHA A HUMANIDADE

SALVADOR – 1 – Meneses Pimentel, professor de Direito Romano e Filosofia do Direito, governador (1935 a 37), interventor (37 a 45), deputado (51 a 55), ministro da Justiça (55 a 56), senador (59 a 71), foi tudo no Ceará. Era interventor, chegou ao palácio do Catete a noticia de que tinha sido baleado em Fortaleza. Lourival Fontes, Chefe da Casa Civil de Getulio, telegrafou a Brasil Pinheiro, chefe da

UM HOMEM CHAMADO LIVRO

RIO – No dia 28 de janeiro de 1938, Getulio Vargas escreveu em seu “Diário” (Editora Siciliano/FGV, vol. II, pág. 176): – “À noite, procura-me a Alzira (a filha Alzira Vargas) dizendo que a mulher do livreiro José Olimpio, que editara “A Nova Politica do Brasil” (livro de Vargas em vários volumes), procurara-a chorando para dizer que o meu telegrama circular aos interventores, desaprovando a compra do livro, arruinava moral

O BRASIL SAQUEADO

  RIO – O Brasil começou 8 anos antes de Cabral em 1500, com Cristóvão Colombo e Américo Vespúcio. Cristóforo, italiano de Genova, era marinheiro. O barco naufragou, foi esbarrar em Portugal, onde casou com a rica Felipa, estudou os mares, mas ninguém acreditava nele. Foi para a Espanha, conquistou os reis Fernando e Isabel, de Castela, e em 1492 chegou à América, virou “o almirante de todos os mares”,

O PISTOLEIRO ERROU O TIRO

RIO – Morto Lampião em 1938, Ângelo Roque, o “Labareda”, companheiro de cangaço, entregou-se às autoridades de Jeremoabo, no sertão da Bahia. Foi levado a júri. Tarcílo Vieira de Melo, futuro líder de Juscelino na Câmara, jovem promotor mas já com sua poderosa oratória, acusou-o fortemente. Oliveira Brito, juiz, também depois deputado e ministro de João Goulart, chamou-o de “desordeiro”. “Labareda” levantou-se indignado: – Desordeiro, não, seu juiz! Os senhores

HISTÓRIAS DE JÂNIO QUADROS

RIO – Veiga Brito era presidente do Flamengo e deputado federal da Arena, em 1966, quando Lacerda tentava organizar a “Frente Ampla”. Foi a Santos negociar um jogador com Athiê Jorge Curi. Jânio estava lá. Sabia que Veiga era amigo de Lacerda, telefonou, marcaram um encontro, conversaram longamente em um quarto, sentados na cama. Jânio não entendia porque Lacerda havia chamado Juscelino e Jango para a “Frente”, feito as pazes

A BOMBA

RIO – Na frente, um árabe com seu turbante. Atrás, um africano com seu camisolão. No meio, eu e minha namorada, com nosso medo. Impossível não ter medo. Os aeroportos internacionais da Europa tinham virado campos humanos minados. Todo mundo desconfiava de todo mundo. Sobretudo voos em direção ao Oriente. Cada um ficava imaginando onde o outro tinha escondido a bomba, a granada, o revólver que daí a pouco explodiria

A OUTRA CAMA DO PAPA

RIO – No dia em que se fizer o inventário completo das injustiças cometidas pelo golpe de 1964, é preciso contar a ignominia que foi a alegação para a cassação do embaixador do Brasil em Roma, Hugo Gouthier. O simpático e civilizado Gouthier (que conheci embaixador do Brasil no Irã, no governo do Xá da Pérsia, antes de Khomeinni) foi cassado porque, no governo de Juscelino, comprou, para a sede

O OPERÁRIO DA ABERTURA

RIO – Jornalismo é o fato. A notícia, a informação. Depois é que vem a análise. O ideal é quando o jornalista pode dar a notícia em cima do fato. Mas, muitas vezes, a maioria das vezes, só decorrido algum tempo é que temos o fato em todos os seus dados, Como a lua, a informação não nasce de vez. Ela se vai corporificando aos poucos, através da costura de

O ‘PATHÊ’ E O PATETA

RIO – Chamava-se Pathê, José Fayermann Pathê. Fayermann dos pais judeus. Pathê de uma bola na cara. Goleiro do time do grupo escolar, tomou uma bolada no rosto que o levou ao hospital. Voltou com o apelido: Pateta. Fez um acordo com os colegas: – “Pateta não. Então fica Pathê”. Ficou. Encontrei-o como Pathê no Festival Mundial de Juventude em Moscou, 1957, aluno da Escola Politécnica da Universidade de São